domingo, 1 de novembro de 2009

Trabalho em Saúde: cuidando de quem cuida

O trabalho é uma atividade humana de grande importância. Passamos grande parte de nossas vidas trabalhando. Além de representar fonte de sobrevivência para a maioria, o trabalho também está associado a valores como realização pessoal, vocação e prazer. Devido a esse grande tempo envolvido e às questões pessoais, o trabalho também pode colocar em risco nossa saúde. Particularmente em relação ao profissional de saúde essa questão toma grande importância, pois são essas as pessoas responsáveis por cuidar da saúde dos outros.
O trabalho do profissional da Saúde pode ser muito desgastante, com jornadas de trabalho longas, más condições de trabalho, necessidade de ter vários empregos, contato com o sofrimento alheio, etc. Vários estudos tem mostrado o stress a que esses profissionais são submetidos. É comum médicos sofrerem de depressão, ansiedade, Síndrome de Burnout, entre outros problemas. Além disso, devido à grande jornada, muitos não se alimentam bem, não têm tempo para a família, não praticam atividade física. E muitas dessas características já são visíveis nos estudantes de medicina. Sendo assim muitas questões se tornam importantes: Como estão as condições de trabalho do médico? O que realmente está acontecendo com esses profissionais e com os estudantes de medicina? Quais seriam os papeis das instituições de saúde e das faculdades? Quais são as especialidades mais desgastantes e por que?
Mas então como cuidar da saúde desses profissionais? Essa é uma questão muito complexa que envolve muitas coisas, desde questões pessoais até questões institucionais. Mas certas coisas ajudam a todos e merecem reflexão. Um exemplo disso são os benefícios da atividade física constante, para o corpo e a mente. Também são importantes as atividades extra- trabalho, como música, dança, artes, as quais se mostram muito eficientes para relaxar e combater o stress. Um maior e melhor contato com a família também é fundamental, para dar um maior equilíbrio e para se compreender o que realmente é importante na vida. Além disso, qualquer tipo de ajuda ou terapia, onde se mude a forma de se ver certas coisas, não absorvendo o lado negativo da profissão, também são válidas.
Todas essas questões do trabalho médico merecem reflexão para que possa entender realmente como está o trabalho e como está a saúde do profissional, bem como o que pode ser feito para cuidar de sua saúde.

Trabalho em Saúde: cuidando de quem cuida- Questões relevantes

  • Como esta a saúde do profissional da Saúde: Quais os trabalhos mais desgastantes? Quais os problemas mais frequentes?
  • O trabalho médico: como é, jornada de trabalho, média de empregos, condições de trabalho, especialidades mais desgastantes...
  • Stress e Sindrome de Burnout
  • Os problemas começam na faculdade? (a saúde do estudante de medicina)
  • Como cuidar da saúde dos médicos (eles se cuidam?): atividade física regular, família, música, dança, artes...

Alguns links:

http://www.saberviver.org.br/index.php?g_edicao=profissionais_estressados

http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=33754

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302007000100004&tlng=en&lng=en&nrm=iso

http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=48

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301998000200012&script=sci_arttext

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-507X2008000300005&script=sci_arttext

http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/original5_01.htm

http://www.fmabc.br/admin/files/revistas/31amabc27.pdf

http://web.taktos.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=46&Itemid=41

http://educacaofisica.org/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=314&Itemid=27

http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1273/terapia-anti-stress

http://www.scielo.br/pdf/rlae/v11n4/v11n4a12.pdf

http://www.fonixbrasil.com.br/noticias.php?id=11

http://www.musicaemedicina.med.br/

http://vocesa.abril.com.br/equilibrio/aberto/ar_240557.shtml

http://www.crmpr.org.br/saudedomedico/index.php

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=769108&tit=Maioria-dos-medicos-do-pais-esta-doente

http://priory.com/psych/saudment.htm

Trabalho em Saúde- Artigo 5

Condições de trabalho e saúde dos médicos em Salvador, Brasil
Carlito Lopes Nascimento Sobrinho; Fernando Martins Carvalho; Tárcyo Antonio Silva Bonfim; Carlos Adriano Souza Cirino; Isis Sacramento Ferreira

RESUMO
OBJETIVOS: Descrever as condições de trabalho e de saúde dos médicos da cidade de Salvador, Bahia, Brasil. MÉTODOS: Utilizando delineamento transversal, estudou-se uma amostra aleatória de 350 médicos. Num questionário individual, autoaplicável, enviado pelo correio, foram coletadas informações sobre a saúde física, mental, hábitos de vida e condições de trabalho dos médicos. RESULTADOS: Os médicos referiram elevada sobrecarga de trabalho, excesso de trabalho em regime de plantão, múltiplas inserções, contratação precária sob a forma de remuneração por procedimento e baixa remuneração. A atividade de consultório particular foi referida por 45,2% dos médicos, mas apenas 1,5% exercia exclusivamente esta atividade. As queixas de saúde mais freqüentes estavam relacionadas à postura corporal e à saúde mental. A prevalência de distúrbios psíquicos menores, medida pelo Self Report Questionnaire (SRQ-20), foi de 26%. CONCLUSÃO: As condições de trabalho e saúde observadas apontam para a necessidade de mudanças profundas na organização do trabalho médico.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302006000200019&lang=pt

Trabalho em Saúde- Artigo 4

Síndrome de Burnout em residentes da Universidade Federal de Uberlândia – 2004
Flávia Dutra Lima; Abraham Pieter Buunk; Maria Bernadete Jeha Araújo; Johsie Gomide Magalhães Chaves; Denise Lara Oliveira Muniz; Luana Benedetti de Queiroz

Resumo: Esta pesquisa estabelece a incidência de burnout em médicos residentes de um hospital público através do MBI (Malasch Burnout Inventory). Burnout é um estado persistente e negativo, relacionado ao trabalho, relatado por indivíduos normais, caracterizado por exaustão, sentimento de reduzida eficácia, diminuição da motivação e atitudes e comportamentos laborais disfuncionais (Schaufeli & Buunk1). Foi realizada uma investigação em 120 residentes, que desenvolvem suas atividades em um hospital público. Os resultados principais indicam a incidência de burnout em 20,8% da amostra. A manifestação da síndrome foi caracterizada por apresentar 65,0% de classificação alta na dimensão exaustão emocional (EE), 61,7% de classificação alta na dimensão despersonalização (DE) e 30,0% de classificação baixa na dimensão realização profissional (RP). Burnout esteve presente em 78,4% da amostra e ausente em 0,8% da amostra. A maior freqüência de casos de manifestação da síndrome foi observada nas áreas de Ortopedia, seguida das áreas de Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia. É preciso criar programas de prevenção do burnout, para evitar que profissionais, que promovem a saúde, adoeçam. É necessário também dar continuidade a esse tipo de pesquisa e desenvolver modelos mais complexos para o entendimento do burnout neste contexto laboral específico.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022007000200004&lang=pt

Trabalho em Saúde- Artigo 3

Avaliação do nível de stress em profissionais de saúde

Liliane de Carvalho ,I; Lucia Emmanoel Novaes Malagris

Resumo: A qualidade do atendimento em saúde depende, além de outros fatores, do estado físico e mental do profissional assistencial. Pesquisas voltadas à avaliação da saúde desses profissionais são fundamentais para manutenção da qualidade dos serviços. Objetivou-se neste estudo detectar presença de stress entre profissionais de saúde, fase do stress na qual se encontravam, predominância de sintomas, físicos e/ou psicológicos, e comparar o nível de stress entre as categorias. Participaram 31 profissionais de nível superior que atuavam em um Posto de Assistência Médica (PAM) da Zona Norte do Rio de Janeiro. Foram submetidos ao ISSL e a um
Questionário Informativo. Dos profissionais avaliados, 58% encontravam-se estressados, dentre os quais, 94% na fase de resistência. Em 56% dos estressados houve predominância de sintomas físicos. Serviço social, enfermagem e medicina apresentaram maior incidência de stress. Sugere-se trabalhos de controle do stress para garantir bom nível de atendimento aos pacientes e boa qualidade de vida aos profissionais.

Trabalho em Saúde- Artigo 2

MEDICINA, MÉDICOS E PESSOAS
Compreender o stresse para prevenir o burnout
.

MARIA ANTÓNIA FRASQUILHO

Resumo: Neste artigo considera-se o stresse na profissão medica.
Faz-se uma revisão descritiva dos problemas relativos à inadequada gestão do stresse e foca-se a importância e transcendência crescentes dos mesmos. Apresentam-se definições actuais dos conceitos de stresse e burnout e a evolução dos modelos respectivos. Expõe-se uma síntese da fisiopatologia do stresse. Detalha-se uma reflexão sobre os factores de stresse na medicina, nos quais se incluem os intrínsecos- as vulnerabilidades dos médicos.
Conclui-se que é imperiosa a consciencialização dos médicos sobre os riscos da sua profissão e que, actualmente, a boa gestão do stresse se lhes coloca como competência profissional e pessoal inadiável.
Palavras chave: Médicos, stresse, burnout.

Artigo na íntegra: http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2005-18/6/433-444.pdf

Trabalho em Saúde- Artigo 1


Estratégias dos profissionais de saúde
para cuidar dos que cuidam

Gabriel J. Chitto Gauer
Renato Soleiman Franco
Hericka Zogbi
Pedro Augusto Marini
Edgar Chagas Diefenthaeler
Alfredo Cataldo Neto

Resumo: O artigo apresenta as dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde para cuidarem de si mesmos. Descreve o burnout e tentativas de proporcionar tipos de apoio como: psicoterapias, grupoterapia, exercícios laborais, técnicas de psicopedagogia crítico-reflexiva, bem como terapias de ensino aprendizagem, como os grupos de formação livre, grupos Balint e os grupos de reflexão. Traz ainda vinhetas clínicas que ilustram a importância de adotar essas técnicas.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Iatrogenia e erro na prática médica- Questões relevantes

  • Conceito e formas de Iatrogenia;
  • Diferença entre iatrogenia e erro médico;
  • Causas e consequencias da iatrogenia;
  • Tipos de erros médicos mais frequentes e suas causas;
  • Relação entre o modelo da saúde e a ocorrência de iatrogenia;
  • Questões jurídicas relacionadas aos erros médicos;
  • Prevenção da iatrogenia e dos erros médicos.

Alguns links:

http://www.fw2.com.br/clientes/artesdecura/REVISTA/medicina_integral/importancia_medico.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Iatrogenia

http://www.taps.org.br/Paginas/medartigo09.html

http://www.psiquiatriageral.com.br/educacaomedica/iatrogenia.htm

http://www.scumdoctor.com/Portuguese/lawsuit/Cases-of-Medical-Malpractice-Lawsuits.html

http://br.geocities.com/drtarcio/Artigos/Iatrogeniados_Medicamentos.htm

http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/Vol-11-1/ac03.pdf

http://dropius.sites.uol.com.br/erromedico.htm

http://www.portalmedico.org.br/revista/bio2v2/reflerro.html

http://www.cpmso.cbmerj.rj.gov.br/Artigos/9.html

Artigo 2- Iatrogenia

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NA
ASSISTÊNCIA À SAÚDE: DIFICULDADES INERENTES AO ESTUDO DO TEMA

Katia Grillo Padilha

RESUMO
Tecendo considerações a respeito das ocorrências iatrogênicas na assistência à saúde, a autora aborda as principais
dificuldades inerentes ao estudo do tema em foco. Os problemas incluem não só a conceituação do termo propriamente
dito, como também as dificuldades relativas às abordagens metodológicas para o desenvolvimento de pesquisas.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v35n3/v35n3a12.pdf

Artigo 1- Iatrogenia

Reflexões acerca da Iatrogenia e Educação Médica
Felipe de Medeiros Tavares

RESUMO
A iatrogenia consiste num dano, material ou psíquico, causado ao paciente pelo médico. Todo
profissional possui um potencial iatrogênico, e tal aspecto depende não somente da capacidade
técnica, como também da relação médico-paciente estabelecida. A formação médica possui
papel fundamental na constituição de sujeitos menos propensos a cometerem iatrogenias. Este
artigo aborda o assunto sob a ótica conceitual, visando ampliar a discussão e gerar novas
reflexões na comunidade médica.

Artigo na íntegra em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v31n2/09.pdf

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Exclusão Social

Podemos considerar que Exclusão Social "enfatiza os meios pelos quais as pessoas são deixadas de fora das principais correntes políticas econômicas e sociais" (Parkinson, M. Combating social exclusion). Poderíamos também dizer que as exclusões, de forma geral, são características sociais ou políticas, ou até mesmo de caráter pessoal, que levam ao isolamento de determinado grupo ou pessoa, podendo ainda restringir oportunidades. A exclusão está intimamente relacionada ao preconceito. Considerando preconceito como "Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos" (dicionário Michaelis), então, em minha opinião, o preconceito pode levar à exclusão, mas nem toda exclusão é gerado pelo preconceito.
Nessa linha de raciocínio podemos ter diversas formas de exclusão. A exclusão de ordem econômica: Esta é facilmente entendida, basta percebermos o grande número de pobres presentes em nossa sociedade e como estes estão à margem de várias oportunidades. Sendo assim, este tipo de exclusão, além de gerar privação de bens materiais, também leva à diversas formas de exclusão. A exclusão etnico-religiosa seria aquela em que grupos são excluídos em função de sua etnia e/ou religião. Assim o grupo dominante pode excluir essas "minorias" de oportunidades ou serviços, podendo até mesmo gerar a formação de guetos onde se concentram esses excluídos. Os deficientes são outro grupo que luta por igualdade de oportunidades e por melhora da acessibilidade. Um melhor termo seria portadores de necessidades especiais. Ainda há muito preconceito por parte da sociedade, o que gera dificuldade para encontrar empregos ou ter uma vida social normal. Também nesse grupo estão os pacientes psiquiátricos, que ainda lutam pela melhor forma de tratamento, convivência com a sociedade e para não serem considerados incapazes. Pode-se considerar que a Reforma Psiquiátrica foi um grande avanço nesse sentido. Outro grupo que luta por direitos e oportunidades é o dos homossexuais, ou melhor, GLBT ( gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) ou LGBT. Estes lutam, entre outras coisas, contra a homofobia e a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo. Há também outros grupos que, de alguma forma, se sentem excluídos, como muitos negros ou indígenas. Seria interessante para abordagem em um seminário, a análise de políticas afirmativas como a de cotas.
Há algumas formas de exclusão que podem passar desapercebidas, mas em minha opinião elas existem. Por exemplo: será que uma pessoa considerada feia para os padrões da sociedade tem as mesmas oportunidades no mercado de trabalho do que uma considerada bonita? Dêem uma volta pelos shopings e olhem as(os) atendentes e depois me respondam. E quanto aos obesos? Será que estão satisfeito com suas oportunidades e com a logística das cidades? Eles têm dificuldades de encontrar roupas? Há assentos adequados em todos os lugares? A tudo isso cabe uma reflexão.
Também podemos encontrar os "excluídos da saúde". Esta exclusão está bem relacionada ao poder econômico. Por exemplo: uma pequena parte das pesquisas de novos medicamentos é direcionada a doenças "tropicais" que atingem milhões de pessoas nos países pobres (são as chamadas doenças negligenciadas; ver site dos medicos sem fronteiras e do DNDI). Há também portadores de diversas doenças que lutam por seus direitos, um exemplo é a AIDS.
Então, para análise da exclusão, deve-se considerar fatores sociais, culturais, políticos, etc. Para uma boa pesquisa deve-se considerar também as políticas públicas e ação de grupos contra a exclusão. Também existem outras formas de exclusão que mereçem uma pesquisa como a exclusão digital, exclusão tecnológica, exclusão da educação...

Marcelo Jacob

Artigo 3- exclusão

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
a questão da inclusão social


Resumo: A questão da inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais em todos os recursos da sociedade
ainda é muito incipiente no Brasil. Movimentos nacionais e internacionais têm buscado um consenso
para formatar uma política de inclusão de pessoas portadoras de deficiência na escola regular.
Passos fundamentais devem ser dados para mudar o quadro de marginalização dessas pessoas, como: alteração
da visão social; inclusão escolar; acatamento à legislação vigente; maiores verbas para programas sociais;
uso da mídia, da cibercultura e de novas tecnologias.
Cabe a todos os integrantes da sociedade lutar para que a inclusão social dessas pessoas seja uma realidade
brasileira no próximo milênio.
Palavras-chave: deficiência e exclusão social; educação

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9788.pdf

Artigo 2- exclusão

EXCLUSAO SOCIAL NO BRASIL: EVOLUÇAO DAS DESIGUALDADES ENTRE
REGIOES E ESTADOS NO PERIODO 2001-2006

José de Jesus Sousa Lemos1

RESUMO: Neste estudo estimou-se o Índice de Exclusão Social (IES), objetivando
identificar os padrões de pobreza, entendida como exclusão social nos 26 estados
brasileiros, Distrito Federal, Regiões e para o Brasil, com desdobramentos para as zonas
rurais e urbanas entre os anos de 2001 e 2006. No estudo também estimam-se o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) para todos os estados, regiões e Brasil, com extensão para
as zonas rurais e urbanas. Também se estimam o níveis de privações de acesso aos
serviços essenciais e à renda em todos os estados e regiões. O principal objetivo do trabalho
era fazer o confronto dos indicadores sociais e econômicos entre as diferentes regiões do
Brasil, bem como entre os estados mais ricos e os estados mais pobres. Os resultado obtidos
apontam para um grau muito elevado de desigualdade entre as regiões mais ricas e as mais
pobres, bem como entre os estados mais ricos e os estados mais pobres do Brasil sob
qualquer indicador dos avaliados na pesquisa. O trabalho também mostra que houve uma
redução do percentual de excluídos na população brasileira entre os anos de 2001 e 2006 e,
conseqüentemente uma elevação do Índice de Desenvolvimento Humano no mesmo
período. Este processo de redução do IES se deu de forma mais acentuada nas regiões
Centroeste e Sul do Brasil.
Palavras Chaves: Pobreza; Exclusão Social; Nordeste; Brasil; Desenvolvimento Social

Artigo na íntegra em: http://www.lemos.pro.br/admin/artcientifico/12439887954a25c33b817a8.pdf

Artigo- exclusão

A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO E REFLEXOS SOBRE O CUIDADO COM O
DOENTE MENTAL NA FAMÍLIA


Resumo:
O presente trabalho analisa as conseqüências da reforma psiquiátrica brasileira sobre o cuidado do doente mental na família.
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, cuja fundamentação teórico-metodológica foi orientada pelo
materialismo histórico-dialético. Os sujeitos da pesquisa foram onze mulheres que cuidam de doente mental em família. A análise de seus
discursos revelou singularidades do cuidar de um doente mental na família e as dificuldades decorrentes deste processo acentuadas pela
desinstitucionalização do doente mental. Concluiu-se que a mulher, cuidadora do doente mental, cumpre um papel social importante e
indispensável na consolidação da reforma psiquiátrica no país.

Artigo na íntegra em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n2/11514.pdf

Questões relevantes- Exclusão Social


  • O que é e como se faz presente a exclusão em nossa e em outras sociedades;

  • Os diversos grupos, que de alguma forma, podem ser considerados excluídos;

  • A exclusão na saúde;

  • Políticas públicas a favor das "minorias";

  • A ação das ongs.

Alguns links:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_social

http://www2.fgv.br/ibre/cps/mapa_exclusao/apresentacao/apresentacao.htm

http://opiniao-expressa.blogspot.com/2007/10/preconceito-religioso.html

http://www.deficienteeficiente.com.br/cartilhainclusao.html

http://www.acessibilidade.org.br/?gclid=CI__wf2d1ZoCFctL5QodolKH2Q

http://www.tvbrasil.org.br/forum/coment.asp?codtop=254

http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/a-inclusao-de-deficientes-mentais:um-arduo-desafio-para-escolas,-educadores-e-familias-4650/artigo/

http://www.ccs.saude.gov.br/VPC/reforma.html

http://redehumanizasus.net/node/6139

http://www.justilex.com.br/conteudo.php?pg=noticias.php&id=1956

http://sonialopes.com.br/index.php/2009/05/05/beleza-e-fundamental/

http://www.terra.com.br/istoe//edicoes/2037/imprime116653.htm

http://www.mndh.org.br/

http://www.clam.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=447&sid=2

http://www.sistemas.aids.gov.br/imprensa/Noticias.asp?NOTCod=64940

http://www.dndi.org.br/Portugues/doencas_negligenciadas.aspx

http://www.msf.org.br/informativos/msfInformativosMostrar.asp?informativoid=8


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Violência: Impacto na Saúde

A violência, infelizmente, está presente nas sociedades, podendo se manifestar de diferentes formas. Se perguntássemos às pessoas o que é violência, obteríamos diversas respostas, mas provavelmente a maioria estaria relacionada à agressão física. Duas boas definições segundo o dicionário Michaelis seriam: "Opressão, tirania"; "Constrangimento, físico ou moral, exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la submeter-se à vontade de outrem". Dessa forma, poderiamos dizer que violência é um comportamento que causa dano a outro ser, seja este dano físico ou moral. Sendo assim podemos perceber diferentes tipos de violência: Violência física, que é a que primeiro nos vem à cabeça quando falamos no assunto, seria a causada por agressão direta, podendo levar a danos físicos, materiais e psicológicos. Violência psicológica, que poderíamos dizer que é uma agressão não-física, como humilhação, desrespeito, discriminação. Esse tipo de violência causa muitos danos ao agredido e já ganha nomes específicos para algumas vertentes. Exemplos disso seriam o bullying e o assédio moral. A violência física e a psicológica se manifestam também especificamente contra alguns grupos. Assim tem-se a violência contra a criança, contra a mulher e idosos. Outro tipo de violência é a política. Essa é muito utilizada por governos totalitários e ditatoriais ou até mesmo na democracia, pois cabe ao Estado o uso do "poder" e da "força". Outro exemplo é a Violência Cultural, que muito ocorreu na América Latina, onde um conjunto de valores foram impostos, não se respeitando a cultura local.

Após toda essa discussão conceitual podemos pensar: a violência tem alguma influência na saúde? Para começar, segundo a OMS, a violência é a segunda causa de mortes entre os jovens, perdendo apenas para acidentes de trânsito (não poderíamos falar violência no trânsito?). E essa violência das grandes cidades, mesmo quando não afeta fisicamente às pessoas, as deixa amedrontadas, estressadas, desenvolvem fobias, se sentem presas, limita suas vidas. Isso não é um impacto na saúde? E quanto aos tipos de violência não-físicas citadas antes? Elas não deixam "cicatrizes" muitas vezes irreparáveis? E isso afeta a saúde?

Mais especificamente, com relação à area de saúde, também podemos ver manifestações da violência. Uma pessoa ter que acordar às quatro da manhã para tentar conseguir uma consulta é uma violência? Pacientes que morrem por falta de recursos também seria? E quando um médico desrespeita um paciente? A tudo isso cabe profunda reflexão por todos. Mas às vezes os profissionais de saúde é que são as vítimas. Um exemplo disso são os casos de médicos peritos que sofrem agressões, ameaças e até morte. Ou quando os profissionais são obrigados a trabalhar sem recursos ou esgotados.

Devemos pensar em todas essas questões e analisar qual e como é o impacto delas na saúde, não esquecendo de considerar o que já foi e vem sendo feito por organizações, governos e movimentos da sociedade em geral.



Marcelo Jacob

Artigo

A violência social em questão: referenciais para um debate em saúde pública
Autor: Romeu Gomes
Publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem
Resumo: O artigo é composto de um recorte de uma pesquisa realizada pelo autor. Seu objetivo consiste em fornecer instrumentos de análise para o debate sobre a violência social no campo da Saúde Pública. Nesse sentido, o trabalho apresenta um confronto entre posicionamentos teóricos sobre esta temática. Após introduzir o leitor no assunto, conclui-se, entre outros aspectos, que frente a complexidade do assunto, é de fundamental importância que a Saúde Pública contemple uma abordagem interdisciplinar e se volte para ações intersetoriais frente à violência social.
Um grande estudo sobre o impacto da violência na saúde dos brasileiros, feito pelo Ministério da Saúde pode ser achado em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20930

Violência: Impacto na saúde- Questões relevantes

  • Os diversos tipos de violência e os mais frequentes. Por exemplo, a violência urbana, contra a mulher, idosos, relacionada aos jovens, etc;
  • A violência nas relações interpessoais: na família, trabalho, etc;
  • Impacto da violência na saúde: qualidade de vida, estresse, doenças, morte;
  • Violência sofrida e exercida por profissionais e instituições de saúde;
  • programas e ações de prevenção da violência.

Alguns links:

http://www.naoviolencia.org.br/

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/departamento/claves

http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia

http://www.soudapaz.org/?gclid=CJr5mMKruJoCFQyVFQodB1c85w

http://www.violenciamulher.org.br/

http://www.promundo.org.br/13689

http://www.carlosluciogontijo.jor.br/artigos/violencia_cultural.html

http://alainet.org/active/7579&lang=es

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/10/332879.shtml

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3682851-EI8140,00-N+de+vitimas+da+violencia+politica+cresce+na+America+do+Sul.html

http://nelsonfrancojobim.blogspot.com/2008/01/violncia-poltica-no-qunia-j-matou-700.html

http://www.ipas.org.br/rhamas/index.html

http://cynthiasemiramis.org/?p=16

http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=1485

http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=838

http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2007/08/16/violencia-contra-crianca-e-maior-que-estatisticas/

http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying

http://jbonline.terra.com.br/editorias/rio/papel/2008/07/20/rio20080720000.html

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/03/10/ult105u7702.jhtm

http://www.contee.org.br/coordenacao/sudeste/sudeste_5.htm

sábado, 26 de setembro de 2009

O Uso Social das Drogas

Ao longo da História da humanidade sempre houve uma relação do Homem com as drogas. Hoje essa relação é grande e, seja em nossa cultura ou em outras, de forma lícita ou ilícita, sagrada ou não, o fato é que elas estão presentes na nossa realidade.
Atualmente percebemos uma tentativa de se reduzir o abuso de drogas lícitas como o tabaco e o alcool. Eficiente ou não, ela se mostra através da regulamentação de propagandas e leis, como a " Lei Seca". Essa relação com drogas legais é uma boa questão para reflexão. Qual o impacto de se trazer para a legalidade uma droga como a maconha? O modelo Holandês tem mais benefícios ou malefícios?
E com relação às drogas ilícitas, como anda o consumo? Hoje a maconha e a cocaína cederam um espaço para o crack. Este, que há uns anos atrás só era encontrado nas grandes cidades, já está presente em várias cidades. Então quais as mais usadas hoje? Tem diferença entre o tipo de droga mais consumida e a classe social? Também aumentou muito o consumo de drogas sintéticas como o ecstasy, muito consumido nas raves. Quais são essas drogas?
É muito importante uma reflexão sobre o consumo de drogas entre estudantes e profissionais de Saúde. Esse consumo é grande? O que o estimula e facilita? É o acesso, o "conhecimento", stress, tudo isso?
Também é importante a diferenciação entre nossa sociedade e outras quanto à relação com as drogas. Em certos países o tráfico é punido com pena de morte. Como é essa visão? Além disso há o uso sagrado dos entorpecentes. Esse seria um uso etnico-religioso. Nesse caso fala-se em enteógenos. Como são esses rituais?
O trabalho de ongs e programas contra as drogas também é relevante. O tratamento é custoso, demorado, envolve todaa família?

Há muitos artigos sobre o tema. Aqui vai alguns. Leiam o resumo e vejam se é sobre o querem.


Uso de drogas psicotrópicas por estudantes:
prevalência e fatores sociais associados


Resumo
Objetivo
Determinar a prevalência do uso pesado de drogas por estudantes de primeiro e
segundo graus em uma amostra de escolas públicas e particulares, e identificar fatores
demográficos, psicológicos e socioculturais associados.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal com uma técnica de amostragem do tipo intencional
comparando-se escolas públicas de áreas periféricas e centrais e escolas particulares.
Foi utilizado um questionário anônimo de autopreenchimento. A amostra foi constituída
por 2.287 estudantes de primeiro e segundo graus da cidade de Campinas, SP, no ano
de 1998. Considerou-se uso pesado, o uso de drogas em 20 dias ou mais nos 30 dias
que antecederam a pesquisa. Para análise estatística, utilizou-se a análise de regressão
logística politômica – modelo logito, visando identificar fatores que influenciem este
modo de usar drogas.
Resultados
O uso pesado de drogas lícitas e ilícitas foi de: álcool (11,9%), tabaco (11,7%),
maconha (4,4%), solventes (1,8%), cocaína (1,4%), medicamentos (1,1%), ecstasy
(0,7%). O uso pesado foi maior entre os estudantes da escola pública central, do
período noturno, que trabalhavam, pertencentes aos níveis socioeconômicos A e B, e
cuja educação religiosa na infância foi pouco intensa.
Conclusões
Maior disponibilidade de dinheiro e padrões específicos de socialização foram
identificados como fatores associados ao uso pesado de drogas em estudantes.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n2/19789.pdf


Uso indevido de drogas entre médicos:
problema ainda negligenciado


RESUMO
OBJETIVO: Avaliar as impressões e as opiniões de médicos de áreas clínicas acerca do uso de drogas entre médicos e, mais especificamente, em ambiente cirúrgico. MÉTODOS: Foram sorteados 100 médicos não-residentes de áreas clínicas, selecionados ao acaso entre os profissionais com vínculo em um hospital público de São Paulo. Destes, 83 concluíram o estudo, respondendo perguntas sobre o uso de drogas entre médicos. RESULTADOS: Declararam conhecer algum colega com problemas relacionados ao uso de substâncias 67,5% dos médicos. Esse índice foi de 41,0% quando a pergunta era acerca de drogas disponíveis em ambiente cirúrgico, visto que 68,6% julgam ser fácil o desvio de psicotrópicos desse local. Além disso, 60,2% acreditam que os médicos são mais suscetíveis ao uso abusivo de psicotrópicos quando comparados à população geral. No entanto, 88,0% do total consideram difícil a procura por ajuda especializada. A porcentagem é de 56,6% dos que não conhecem serviço de atendimento direcionado exclusivamente para esses profissionais, algo que, na opinião de 83,1%, facilitaria a busca por tratamento. Dos participantes, 96,4% declararam não apresentar problemas relacionados ao uso de substâncias, ainda que 16,9% admita já ter feito uso de psicotrópicos sem prescrição. CONCLUSÃO: A freqüência de uso de psicotrópicos sem prescrição foi elevada. No entanto, parcela considerável não considera isso problema. A maioria dos profissionais não conhece serviços de atendimento específico para médicos.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0047-20852008000400007&script=sci_arttext&tlng=pt


Uso de álcool e drogas por estudantes de medicina
da Unesp


Resumo

Introdução: O objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência do uso de drogas por estudantes da Faculdade
de Medicina de Botucatu - Unesp, comparada com outras oito escolas médicas paulistas (uso na vida, nos
últimos 12 meses e nos últimos 30 dias). A pesquisa foi realizada entre 1994 e 1995, com 5.227 estudantes do
1º ao 6º ano de graduação.
Material e método: Foi usado um questionário de auto-respostas, anônimo, incluindo o questionário da Organização
Mundial da Saúde para levantamento de uso de drogas e álcool. Setenta e um por cento (3.725) dos
alunos responderam ao mesmo, e destes, 421 eram de Botucatu.
Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significantes entre escolas e, nos 30 dias anteriores ao
preenchimento do questionário, a prevalência do uso de drogas para os estudantes de Botucatu foi a seguinte,
com a variação entre outras escolas mostrada entre parênteses: álcool 50% (42-50%); tabaco 7% (7-13%);
solventes 8% (7-12%); maconha 6% (6-16%); benzodiazepínicos (BZD) 3% (2-9%); cocaína 0,5% (0,2-4%);
anfetaminas 1 % (0-1%). Embora tenha se encontrado um uso crescente de todas as drogas do 1º ao 6º ano, e
em especial os BZD, os estudantes não aprovam este uso. A análise de regressão logística indicou que o uso de
álcool e drogas foi favorecido por: a) ser homem; b) perder aulas sem razão e referir ou ter muito tempo livre
nos finais de semana; e c) ter uma atitude favorável em relação ao uso de álcool e drogas. Diferentemente de
outras escolas, na Unesp não houve diferenças estatisticamente significantes de gênero em relação ao uso de
tranqüilizantes. No entanto, as mulheres iniciam uso mais precocemente e o fazem mais freqüentemente.
Também as mulheres já faziam uso de maconha antes de entrar para a faculdade (30% mulheres X 10% homens),
o contrário ocorrendo com solventes (50% homens X 2% mulheres), sendo essas diferenças estatisticamente
significantes.
Conclusões: Embora a pesquisa tenha focalizado o uso (não abuso ou dependência), os resultados sugerem a
necessidade de as universidades estabelecerem uma política clara de orientação sobre uso de drogas e álcool
para os estudantes, incluindo mudanças curriculares e programas de prevenção

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21n2/v21n2a05.pdf


Aspectos Culturais e Simbólicos do Uso dos Enteógenos
Trabalho encontrado em: http://siteantigo.neip.info/downloads/t_rafa_san2.pdf

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Construção Cultural do Corpo

Pode-se considerar o corpo humano como resultante da interseção entre a biologia e a cultura. Todas as sociedades têm seus padrões sobre o que é belo e o que é feio, atraente ou não, símbolo de status ou estigmatização. Na sociedade ocidental contemporânea isso tem chegado a um ponto de gerar uma certa obsessão em busca do corpo "perfeito" ou forma de expressão.
A Indústria da beleza vai muito bem. As pessoas estão cada vez mais buscando produtos ou fórmulas milagrosas para ficarem "bonitas", magras, "saradas". O padrão que é exibido na mídia, através de artistas, modelos, é desejado por muitos. E ás vezes essa busca leva as pessoas a um caminho contrário ao da saúde, como o da anorexia, bulimia ou vigorexia. E as cirurgias plásticas? Não estão banalizadas? Não que eu seja contra, a cirurgia estética tem um papel importante, o de dar auto-estima a quem a procura. Mas o fato é a procura é muito grande. Por que isso? Epidemia de baixa auto-estima? Hoje pode-se parcelar sua cirurgia e até acompanhar programas mostrando o cotidiano de cirurgiões e seus pacientes. E essa naturalidade com que é vista a mudança da aparência pode levar a uma desconstrução da aparência ou até a deformidades. E as cirurgias de redução de estômago? Necessidade em todos os casos ou um imediatismo em se conseguir um corpo magro? Difícil responder, mas o preocupante é que algumas pessoas estão até engordando para atingir o peso mínimo para fazer a cirurgia. Bom para os cirurgiões. E as academias, estão lotadas? Será que o uso de anabolizantes está crescendo? O fato é que esporadicamente nos deparamos com notícias nos jornais sobre a morte ou complicações decorrente do uso destes produtos. Isso reflete a busca imediata por musculos, aceitação, ou seja lá o que for.
O corpo também é usado como forma de expressão. A tatuagem, que antes era marginalizada, virou obra artística, adereço cultural. Também é comum o uso de piercings ou de modificações físicas (como o "body modification") e de vestuário para traduzir as características de determinada tribo urbana. Em outras culturas também usa-se o corpo para traduzir algo. Em alguns casos o fato de não mudar o corpo é que é o diferente. Por exemplo, as mulheres Mursi (Tribo da Etiópia) são famosas por usar alargadores no lábio inferior. Lá isso é sinal de beleza. Na Tailândia há a tribo Paduang, onde mulheres usam argolas no pescoço e são conhecidas como "mulheres girafa". E se procurarmos vamos achar mais exemplos pelo mundo afora.
O fato é que o corpo é, e talvez sempre será uma grande forma de nos expressarmos, relacionarmos. Cabe então uma reflexão e discussão sobre o assunto e os diversos pontos de vista envolvidos.

Marcelo Jacob

Texto

“Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte-americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de funkaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima” Rita Lee, março, 2004

A imagem corporal é definida como a figuração do corpo formada na mente de cada um, isso se dá através da maneira como as pessoas se referem ao nosso corpo, a forma como ele se encontra definido num ambiente cultural através de vários símbolos e modelos, e o interesse demonstrado pelo próprio indivíduo sobre ele, estruturam a imagem corporal, pois o indivíduo vai coletando os indícios que fornecem a ele uma percepção de seu corpo (SCHILDER, 1981 apud BENDASSOLLI 1998).O corpo é o lugar sobre o qual se apóiam as expressões psicológicas, se fixam os limites e os avanços das soluções científicas e tecnológicas, se expressam os temores, os anseios e a imaginação culturais, configurando-se, ele próprio, um processo. Contrastando com um passado "repressor" e "moralista" nos deparamos hoje mergulhados na "Era do corpo" que, como se presume "liberal" e "democrático". De mero objeto de sobrevivência, o corpo encontra-se nessa nova aurora, sobretudo, associado à satisfação e prazer tornando-se um elemento fundamental da cultura brasileira. Não é de estranhar que se tornou também um problema de investigação científica para melhor compreender a especificidade de nossa sociedade (BENDASSOLLI,1998).Há uma construção cultural do corpo, com uma valorização de certos atributos e comportamentos, fazendo com que haja um corpo típico para cada sociedade, esse corpo, pode variar de acordo com o contexto histórico e cultural, que engloba um conjunto de hábitos, costumes, crenças e tradições que caracterizam essa cultura e para obter o prestígio dos que viram ser bem-sucedidos ocorre o que o autor chama de “imitação prestigiosa”, que nada mais é que imitar atos, comportamentos e corpos que obtiveram êxito.(MARCEL MAUSS 1974 apud GOLDENBERG 2005). As modas e os modismos não dizem respeito apenas às roupas ou penteados, mas também a maneira de pensar, de sentir, de crer, de imaginar e, assim, subjetivas, influírem sobre as demais modas. As mulheres mais inclinadas a seguir as modas, especialmente as menos jovens, para as quais modas sempre novas surgiriam como aliadas contra o envelhecimento, visando uma preocupação central da mulher brasileira: permanecerem jovens (FREYRE, 1987 apud GOLDENBERG, 2005).Uma reportagem da Veja, com o titulo "As brasileiras não ficam velhas, ficam loiras", mostra que a brasileira é uma das maiores consumidoras de tintura de cabelo em todo o mundo. Além de Vera Fischer, que permanece um ideal de beleza, Xuxa e, posteriormente, Gisele Bündchen tornaram-se modelos a serem imitados pelas brasileiras, ícones norte-europeizantes, diria Freyre (GOLDENBERG, 2005).

ReferênciasBENDASSOLLI, Pedro Fernando. Doação de órgãos: meu corpo, minha sociedade. Psicologia: Reflexão e Crítica. Vol.11 nº1 Porto Alegre 1998.Disponível em: scielo.br acesso em: 07 mar. 2007 GOLDENBERG, Mirian. Gênero e corpo na cultura brasileira. Psicologia Clínica. Vol.17 nº2 Rio de Janeiro 2005. Disponível em: sielo.br acesso em: 07 mar. 2007

Extraído de: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=1076

Questões relevantes- Culto ao Corpo

  • Influência da mídia no padrão de beleza;
  • Transtornos alimentares como "pressão" para alcançar a "beleza";
  • Busca exagerada pelo corpo "perfeito" nas academias ( síndrome de Adonis);
  • Exagero e banalização de cirurgias plásticas;
  • O corpo como expressão social- Tatuagens, piercings, modificações, etc;
  • O corpo em outras culturas

Links:

http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL737296-6091,00.html

http://super.abril.com.br/superarquivo/2005/conteudo_125683.shtml

http://www.blogadao.com/body-modification-05-bizarras-modificacoes-corporais/

http://www.girafamania.com.br/tudo/mulher_girafa.html

http://gballone.sites.uol.com.br/alimentar/vigorexia.html

http://especiais.profissaoreporter.globo.com/programa/2009/04/14/e-hoje/http://

http://www.adroga.casadia.org/alimentacao/sindrome-adonis.htm

http://www.bicodocorvo.com.br/beleza/cirurgias-plasticas-mal-sucedidas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Beleza

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Consumo e Saúde: Indústrias de Alimentos e de Medicamentos

As grandes Indústrias, sobretudo as corporações multinacionais, exercem grande influência nos estilos de vida das pessoas. Dentre essas corporações, podemos destacar as de Alimentos e Medicamentos por terem uma influência direta na Saúde.
Um dos grandes problemas de Saúde no mundo é o crescimento de doenças crônicas como Hipertensão, Diabetes, Obesidade, dentre outras. Cabe aos profissionais de Saúde saber lidar com isso e buscar relações entre os hábitos de vida das pessoas e o surgimento e agravo dessas doenças, de forma que se melhore os tratamentos e, principalmente, se busque a melhor forma de prevenção. Dessa forma, o profissional de Saúde deve estar atento aos apelos e estratégias daquelas Indústrias para saber a melhor forma de se orientar as pessoas.
As Indústrias de Alimentos hoje ditam um padrão mundial de consumo alimentar. Com seu grande apelo, principalmente sobre as crianças, elas vem conseguindo manter uma geração de "viciados" em fast food, refrigerantes, salgadinhos, etc. E realmente é muito difícil para as crianças fugirem dos arcos dourados, dos "dias felizes", de todos aqueles letreiros luminosos e maravilhosos das praças de alimentação dos shopings. E não para por aí: propagandas fantásticas de refrigerantes, achocolatados que fazem a criança virar um super-herói, biscoitos recheados com figura de bichinhos, e por aí vai. De fato podemos dizer que grande parte dos hábitos alimentares de uma pessoa são culturais e são aprendidos na infância (ver
Mintz, S.W. Comida e Antropologia: uma breve revisão. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 16 (47): 31-41, 2001). Daí a grande importância na regulamentação dessas propagandas (que vem sendo muito discutida) e o papel dos pais, pois esses são as grandes referências para as crianças. Quem aprende desde cedo a se alimentar mal provavelmente será um adulto que também se alimenta mal. Então vemos crescer a obesidade, o número de cirurgias de redução do estômago, diabetes, hipertensão e todos os males que têm relação com a alimentação.
Também e de grande importância se discutir a influência das Indústrias Farmacêuticas. Essa influência se dá sobre as pessoas em geral, mas também é grande sobre os profissionais de saúde. A propaganda de medicamento passa por regulamentações (ver RDC 96/08 em http://www.anvisa.gov.br/), porém sua participação na automedicação é grande. Medicamentos com nomes indutivos, apelos para grandes doses de vitaminas, promessas de melhoras ás vezes "milagrosa" para certos sintomas ainda são vistos. Com isso a cultura da automedicação vai passando de geração para geração. Os profissionais de saúde são colocados como secundários. Não é isso que sugeria a antiga frase " Aos persistirem os sintomas procure o médico"? Ou seja primeiro você toma o medicamento, se não melhorar procure o médico. Atualmente a frase foi substituída por uma que fala dos riscos e para se conversar com o médico e o farmacêutico, mas aparece rapidamente no final do comercial. Discutir o melhor formato e regulamentações para essas propagandas é um tema atual e super importante na saúde. E também se discutir as relações entre a Indústrias e os Médicos. O patrocínio de congressos, viagens e brindes aos médicos é uma realidade? Isso é ético? Dessa forma esse médicos ficam submissos às Indústrias? Há diferença em se ganhar uma caneta ou uma viagem? Esses são tópicos relevantes. Como também é a grande presença da propaganda em revistas científicas médicas. E pior, muitos médicos só sabem o conhecimento técnico a respeito de um medicamento pelo que lhe é passado por propagandistas.
Assim, o profissional de saúde deve estar atento a todas essas questões e conhecer as estratégias das Indústrias de Alimentos e Medicamentos. Dessa forma pode-se ter um pensamento crítico e tentar separar o que é benéfico ou não, a "verdade" ou "mentira" e então atuar na prevenção e promoção da Saúde evitando o crescimento daquelas doenças crônicas e os males da automedicação.

Marcelo Jacob

Artigo 2

Estratégias mercadológicas da indústria farmacêutica e o consumo de medicamentos

RESUMO
Dentro do processo de ampliação crescente do âmbito de intervenção da Medicina (a chamada "medicalização"), o uso abusivo de medicamentos industrializados assume papel de destaque. Entre as diversas práticas mercadológicas de que a Indústria Farmacêutica se vale para incrementar os seus lucros – via estímulo ao consumo – sobressai-se a propaganda, particularmente junto ao médico. A despeito da automedicação, dependente, por sua vez, em grande parte, da influência inclusive "legitimadora" do médico, é sobre esse profissional que recai, direta ou indiretamente, através da prescrição medicamentosa, a responsibilidade por ação significativa do consumo. Propõe-se, com base em diversos estudos já realizados, a análise crítica do papel da propaganda, com ênfase no papel do propagandista de laboratório e na sua eficácia como instrumento preferencial de que lançam mão os produtores de medicamentos para influenciar os hábitos de prescrição dos médicos, dirigindo-os prioritariamente à satisfação dos interesses dos produtores, em detrimento daqueles dos consumidores.

Artigo na íntegra: http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89101983000500003&script=sci_arttext

Artigo

Mídia, comportamento alimentar e obesidade na infância e na adolescência: uma revisão

RESUMO
A obesidade pode ser definida como uma síndrome multifatorial, consistindo de alterações
funcionais, de composição bioquímica e de estrutura corporal, caracterizadas pelo acúmulo de
gordura subcutânea associada ao aumento do peso. No Brasil, observa-se a influência da
mídia na valorização do modelo norte-americano como referência de modernidade, tornando
o padrão alimentar mais permeável a mudanças, especialmente em crianças e adolescentes,
estimuladas pela publicidade e também pela indústria, devido à produção abundante de
alimentos práticos e saborosos. O padrão alimentar vem sendo modificado ao longo da história
em função de vários aspectos, como facilidade de acesso e maior poder aquisitivo da sociedade
moderna, que permitem maior ampliação do mercado consumidor e a diversidade dos produtos
nas prateleiras. Assim, medidas preventivas, como o controle da propaganda de alimentos
pela mídia e a inclusão da educação alimentar no currículo escolar, devem ser instituídas desde
a infância, visando ao melhor manejo no controle da obesidade.

Artigo na íntegra: http://www.sbnpe.com.br/revista/V23-N3-157.pdf

Questões relevantes- Indústrias de Alimentos e Medicamentos

  • Influência da Indústria de Alimentos no comportamento relacionado ao consumo de alimentos, gostos e preferências;
  • Influência da propaganda de alimentos sobre as crianças;
  • A obesidade como "epidemia";
  • A cultura do fast-food;
  • Influência da Indústria de Medicamentos na automedicação;
  • As estratégicas de marketing;
  • A influência da Indústria Farmacêutica sobre profissionais de saúde e sua relação com eles

Alguns links:

http://www.webartigos.com/articles/20830/1/influencia-da-globalizacao-no-habito-alimentar-e-na-saude-da-populacao-brasileira/pagina1.html

http://people.ufpr.br/~andreadore/antunes.pdf

http://www.saude.rio.rj.gov.br/media/semana_alimentacao_2007_layout.pdf

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_4/2009/08/31/em_noticia_interna,id_sessao=4&id_noticia=125296/em_noticia_interna.shtml

http://www.senado.gov.br/AGENCIA/verNoticia.aspx?codNoticia=95233&codAplicativo=2

http://www.alaic.net/alaic30/ponencias/cartas/compublicitaria/ponencias/GT5_3GALINDO.pdf

http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=6326&origem=23

http://www.taps.org.br/paginas/alimartii06.html

http://nutricao.saude.gov.br/documentos/regulamenta_publicidade_alimentos.pdf

http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89101983000500003&script=sci_arttext&tlng=e

http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/marketing/MKT67-_O_poder_da_ind%FAstria_farmac%EAutica.PDF

http://www.painelbrasiltv.com.br/novo/Entrevistas/index.asp?action=15&Programa=2&Entrevista=226

http://www.fenafar.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=268:industria-farmaceutica-incentiva-qmemoria-fracaq-no-jornalismo-brasileiro&catid=38:publicados

http://www.cremesp.com.br/?siteAcao=Revista&id=336

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sugestões de questões a serem abordadas em seminário sobre Cultura e Ciclo de Vida

  • A influência da Cultura no ciclo da vida e na forma de encarar os acontecimentos desse ciclo.
  • Nascimento e infância: Como é o nascimento? O que ele significa? Como são os cuidados com a criança? Há preferencias por meninos ou meninas em outras sociedades? Por que?
  • Adolescência e fase adulta: Quando começa cada uma; características;comportamento. O que mudou no decorrer do tempo?Como são os rituais de passagem? Como estão nossos adolescentes?
  • Envelhecimento: Como é visto em diferentes sociedades? E na nossa? Como encaramos o envelhecimento? Quais são os principais problemas? Nossa sociedade está preparada para o aumento no nº de idosos?
  • Morte: Como é encarada? Como são os rituais? O que dizem as diferentes religiões?

Alguns links:

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/01/409521.shtml

http://www.amigasdoparto.com.br/

http://www.iande.art.br/boletim007.htm

http://pib.socioambiental.org/pt/povo/karaja/369

http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/adolesc1.html

http://psicologia.org.br/internacional/pscl36.htm

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070327065828AAawXtX

http://www.idosos.com.br/

http://opinionsur.org.ar/joven/O-que-lugar-ocupam-os-idosos-na

http://super.abril.com.br/ciencia/nova-morte-446150.shtml

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/mortediferentessociedades.htm#vermais

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nascer, Viver, Morrer: Cultura e Ciclo de Vida

Cultura, Morte e Nascimento
Por: Aguiomar Rodrigues Bruno


O inicio... Tudo no inicio possui um aspecto ambivalente, e por isso é mais difícil de compreendê-la, chegando a ser até penoso, por que não assim dizer!
Todavia, o início é descoberta, pois como foi você o primeiro, ou seja, o que deu início, tudo é novo e estimulante, impregnado do doce cheiro daquilo que é “novo”, e por ser o novo, lhe confere estatus de iniciação e, inversamente pode ser sentido como aquilo que passou, findou, acabou, morreu, tudo a partir do inicio, ou seja, toda iniciação tem um simbolismo tanto de começo quanto de fim, pois “uma representação não se produz sem agir sobre o corpo e o espírito” (DURKHEIM, 1970:26).
Podemos observar este binômio – inicio/fim, nascimento/morte – em quase todos os aspectos da vida de forma análoga, através dos rituais que a sociedade cultivou e cultiva até os dias atuais através da cultura.
Dizemos a respeito da cultura, pois toda práxis social impregna em um arcabouço de experiências que levamos para toda a vida, uma espécie de “lente” entre o individuo e o mundo, porém estas lentes são sentidas e percebidas de maneira idiossincrática por cada indivíduo por estar exatamente imerso em seu contexto cultural, mas, todavia, podemos observar em sua gênese, que todas possuem o mesmo princípio de nascimento e morte.
Pois, toda iniciação é de fato, uma espécie de passagem para uma nova vida, pois “a história da vida (...) pode ser compreendida como a história da transformação da função do sistema de produção dos bens simbólicas” (BOURDIEU, 1972:49), seja ela em qual período for, arcaica ou moderna (Ku Klux Klan, Maçonaria), os ritos de passagem representam verdadeiros símbolos representativos da morte e nascimento, que traduz e descortina toda epistemologia da vida.
Gostaríamos de tomar algumas culturas como exemplo, até mesmo para que fique mais compreensiva nossa proposta reflexiva.
Nos Camarões, o rapaz tem que atravessar um corredor subterrâneo onde o espreitam máscaras apavorantes (os mortos). Entre os selknam da Terra do Fogo, depois de separarem das mães com um sofrimento intenso, as crianças têm que, numa luta contra homens representando os espíritos (os mortos), encontram aí uma morte simbólica, desta morte vai, enfim, poder nascer uma vida adulta. Algumas sociedades arcaicas, os ritos de passagem são marcados por torturas como: circuncisão, subincisão, dentes arrancados etc. (Vale lembrar que, dente arrancado, nos sonhos, é símbolo tanto de nascimento quanto morte).
Vale destacar também, os casamentos, outro grande ritual de passagem que a nossa cultura contemporânea cultiva como principio legitimadora, porque são verdadeiros símbolos de morte/nascimento, pois quando o casal se une simbolicamente perante uma instituição religiosa (Deus) e perante toda uma sociedade que está presente como testemunha, eles deixam toda uma vida pra trás (a morte), para um novo e feliz recomeço juntos (o nascimento), em direção à nova vida através da morte. Poderíamos citar inúmeras outras tantas experiências de passagem como: a primeira menstruação, o primeiro ato sexual, o nascimento de um filho, o batismo, a cerimônia fúnebre, etc. Todos possuem em si, o signo fecundo de morte/nascimento.
Toda esta dialética (morte/nascimento), enquanto passagem torna-se assim uma iniciação e, como toda prática, as cerimônias fúnebres, por exemplo, visa ao morto iniciar para a vida póstuma, a fim de garantir-lhe a passagem, seja ela para o novo nascimento na eternidade.
As igrejas em si retomam o binômio dialético a todo instante, pois são os lugares próprios de morte e nascimento, sendo ela análoga ao útero num ventre como o batismo (nascimento) ou como uma catacumba obscura como as missas de sétimo dia (morte) dos primeiros cristãos, ou seja, “a catedral encerra as trevas da germinação da morte” (MORIN, 1997:124).
Neste contexto eclesiástico de passagem (morte/nascimento) também pode estar associado à purificação, pois a toma emprestada, sendo a purificação o que lava as máculas mortais que a vida acumula, fazendo penetrar assim no campo do sagrado.
Todo ritual sagrado seja em qual período for, começa com uma purificação sacramental, que possui a água como renascimento e vida, incomparável nos mitos quanto nas religiões “da qual a imersão na água é o mais conhecido”, isto é, o batismo. Neste banho, não é só a virtude intrínseca da água – saciar a sede e fertilizar o solo - que esta em jogo, mas sim, a passagem da morte para a vida. Então, o homem que se banhou nas águas santas não é o mais o mesmo, agora eis um novo homem diante da sociedade!
É decerto, importante lembrar que, João Batista, estava com metade do corpo nas águas do rio Jordão e, por que não citar os milagres da gruta de Lourdes, são todos os exemplos de que a água é a comunicação mágica do homem com o cosmos.
A água torna-se assim a grande comunicadora entre o homem e a morte, pois possui um suporte material da morte, é que a vida uterina, embrionária é de origem aquática, análoga à vida obscura dos peixes cavernícolas.
De fato valermo-nos também que, o mar carrega consigo a grande harmonia, a grande reconciliação com a morte, sendo ela a natureza primeira, ou seja, a mãe cósmica (da água é que surge a vida) análoga à mãe real, pois ao fazê-la a semelhança ao mar e, o mar a mãe, é a vida uterina que leva consigo a experiência dos seres vivos, amamentando-o no seio da mãe comum, dando-lhe a vida.
Assim sendo, como o mar remete à mãe, a mãe remete ao mar e, por sua vez, a morte remete a mãe e ao mar, isto é, a analogia se faz legítima, do nascimento e morte.
Por isso, o homem se emocione até o hoje ao ver o mar, pois lhe fala língua de sua origem e, talvez reconheça de maneira difusa, por que não dizer, uma lembrança vaga de uma vida uterina sentindo assim uma reminiscência dessa mesma vida.
Portanto, podemos concluir que, esta troca simbólica do homem com o binômio (morte/nascimento) se faz perene como um ato de sobrevivência e auto-afirmação no mundo, uma busca por compreensão do ser, que utiliza mecanismos para legitimá-lo em sociedade afim, de garantir o seu espaço na troca simbólica tanto com os vivos quanto com o imaginário.
Esta dialética não só estabelece um dialogo com o individuo como molda os seus pensamentos, seus atos, sua maneira de se ver e ver o mundo que o norteia, criando verdadeiras práxis sociais.
Extraído de: http://www.meuartigo.brasilescola.com/filosofia/cultura-morte-nascimento-1.htm

sábado, 29 de agosto de 2009

Artigo

Pra quem se interessar aqui tem um artigo que relaciona saude pública e saneamento. Leiam o resumo e se for o que procuram entrem no link:

Relações entre saneamento, saúde pública
e meio ambiente: elementos para formulação
de um modelo de planejamento em saneamento



Sérgio R. A. Soares
Ricardo S. Bernardes
Oscar de M. Cordeiro Netto



Resumo: A compreensão das relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente revelase
um pressuposto fundamental para o planejamento de sistemas de saneamento em centros urbanos.
Nesse sentido, o presente artigo objetiva propor elementos para o desenvolvimento de um
modelo de planejamento em saneamento, a partir de um levantamento histórico das questões ambientais
e de saúde incorporadas pelo setor, de uma análise dos marcos conceituais da relação
saúde e saneamento, e de uma sistematização dos diversos efeitos da implementação de sistemas
de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no meio ambiente e na saúde pública. A
avaliação desses efeitos deve garantir a análise correta das possíveis alternativas, tanto do ponto
de vista dos objetivos ambientais, quanto dos de saúde pública (objeto primordial do saneamento),
de modo a apontar o direcionamento mais adequado das ações. A proposta de sistematização
dos efeitos das ações de saneamento em cada fase de sua implementação, realizada neste trabalho,
constitui-se em um avanço, no sentido de reunir elementos fundamentais para a formulação
de um modelo de planejamento em saneamento.
Palavras-chave Saneamento; Planejamento; Meio Ambiente e Saúde Pública

Artigo na íntegra: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v18n6/13268.pdf

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sugestões de questões a serem abordadas em seminário sobre Meio Ambiente e Saúde

  • A crise ambiental atual: situação da atmosfera, rios, mares, florestas, cidades, poluição em geral.
  • Principais poluidores: Qual o papel de governos, grandes corporações, empresas e das pessoas na situação ambiental atual?
  • Influência do Meio Ambiente e sua degradação na saúde em geral: A questão do saneamento básico, epidemias, parasitoses, doenças respiratórias, doenças de pele, stress, etc.
  • Iniciativas que vêm sendo buscadas: papel das ongs, empresas, iniciativas pessoais. O que fazer para contribuir?

Alguns links:

http://www.greenpeace.org/brasil

http://www.wwf.org.br

http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article153

http://www.idis.org.br/biblioteca/artigos/a-crise-ambiental-da-filantropia/

http://video.google.com/videosearch?hl=pt-BR&q=greenpeace&um=1&ie=UTF-8&ei=m6uMSvO7D8SvlAfq7-C7CA&sa=X&oi=video_result_group&ct=title&resnum=8#

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3860&ReturnCatID=763

http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel

http://ambiente.hsw.uol.com.br/poluicao-doencas-brasil.htm

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL77527-5603,00.html

http://saude.abril.com.br/edicoes/0295/medicina/conteudo_269612.shtml

http://www.terramater.pt/?pag=145

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./urbano/index.html&conteudo=./urbano/artigos/polu_visu.html

http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article230

http://www.ecologizar.com.br/india05.html

Meio Ambiente e Saúde

Antes de falarmos de Meio Ambiente e Saúde devemos refletir: O que é Meio Ambiente? Em um sentido mais amplo, diferente daquele que tradicionalmente nos vem à cabeça, devemos entender Meio Ambiente como tudo aquilo que nos cerca. Assim, nossa casa, trabalho, ruas, cidade onde moramos, ou seja, tudo que nos cerca e certamente nos influencia, é nosso Meio Ambiente. Nesse sentido devemos nos preocupar com a poluição sonora, visual, com o trânsito, saneamento, relações pessoais, água, ar, e tudo o que possa levar à degradação local e global do Ambiente.
A relação que temos com nosso Meio Ambiente é influenciada por fatores sociais, culturais e econômicos. Em comunidades indígenas ou tribais podemos perceber a sustentabilidade com que se relacionam com o ambiente. Até mesmo dentro de uma mesma sociedade vemos diferentes comportamentos: porque alguns reciclam e outros não? Porque uns jogam lixo no chão? Porque uns poluem mais, gastam mais? Tudo isso está relacionado aos valores, influências e educação de cada pessoa. Um fator de grande influência, sem dúvida, é o modelo econômico. O capitalismo atual, com produtos tecnológicos fascinantes, carros modernos, conforto e com uma filosofia de competição e obsolescência programada, nos faz querer mais e mais. E para satisfazer nossos desejos as empresas e grandes indústrias fazem mais; poluem mais; produzem mais lixo; já não sabem o que fazer com o obsoleto.
A situação do Meio Ambiente e nossa relação com ele tem grande influência nos processos de saúde-doença. Percebemos isso facilmente quando refletimos sobre as causas da epidemia de dengue. Ou então quando analisamos índices de gastroenterites ou doenças parasitárias em comunidades sem saneamento básico. E as doenças respiratórias? Não são maiores em uma grande cidade como São Paulo? Nessas mesmas grandes cidades não são muitos os casos de stress devido à rotina corrida, aglomeração e poluição sonora? Até mesmo a poluição visual pode nos afetar. Recente matéria em uma revista sobre ciência atribui como uma das causas da falta de memória a grande quantidade de informação que o nosso cérebro está submetido nas grandes cidades.
As alterações ambientais a nível global também são preocupantes. A população só cresce, e ainda não conseguimos nos desenvolver de forma sustentável. Cada vez mais precisamos de áreas agricultáveis, novas áreas para rebanho, novas fontes de energia. Para isso comprometemos nossas florestas, recursos hídricos e nossa atmosfera. Já percebemos o resultado de tudo isso na elevação das temperaturas médias, fotos de satélites mostrando o desmatamento, poluição de rios e mares. Algumas epidemias são atribuidas ao desmatamento e adentramento do homem em alguns territórios e todas essas alterações ambientais afetam nossa saúde.
Devemos refletir sobre nossa relação com o Meio Ambiente. Alguns setores da sociadade já estão agindo, como as ongs. Algumas empresas também já demonstram uma preocupação ambiental. O fato é que devemos fazer algo e não precisa ser de ong ou de empresa. Basta nós ficarmos atentos às nossas atitudes e pesquisar sobre formas de como ajudar. Separe seu lixo, economize água e energia, ande um pouco a pé, não compre o que não precisa. A nossa conscientização e ação vai determinar o mundo que iremos deixar para as futuras gerações.

Marcelo Jacob