sábado, 26 de setembro de 2009

O Uso Social das Drogas

Ao longo da História da humanidade sempre houve uma relação do Homem com as drogas. Hoje essa relação é grande e, seja em nossa cultura ou em outras, de forma lícita ou ilícita, sagrada ou não, o fato é que elas estão presentes na nossa realidade.
Atualmente percebemos uma tentativa de se reduzir o abuso de drogas lícitas como o tabaco e o alcool. Eficiente ou não, ela se mostra através da regulamentação de propagandas e leis, como a " Lei Seca". Essa relação com drogas legais é uma boa questão para reflexão. Qual o impacto de se trazer para a legalidade uma droga como a maconha? O modelo Holandês tem mais benefícios ou malefícios?
E com relação às drogas ilícitas, como anda o consumo? Hoje a maconha e a cocaína cederam um espaço para o crack. Este, que há uns anos atrás só era encontrado nas grandes cidades, já está presente em várias cidades. Então quais as mais usadas hoje? Tem diferença entre o tipo de droga mais consumida e a classe social? Também aumentou muito o consumo de drogas sintéticas como o ecstasy, muito consumido nas raves. Quais são essas drogas?
É muito importante uma reflexão sobre o consumo de drogas entre estudantes e profissionais de Saúde. Esse consumo é grande? O que o estimula e facilita? É o acesso, o "conhecimento", stress, tudo isso?
Também é importante a diferenciação entre nossa sociedade e outras quanto à relação com as drogas. Em certos países o tráfico é punido com pena de morte. Como é essa visão? Além disso há o uso sagrado dos entorpecentes. Esse seria um uso etnico-religioso. Nesse caso fala-se em enteógenos. Como são esses rituais?
O trabalho de ongs e programas contra as drogas também é relevante. O tratamento é custoso, demorado, envolve todaa família?

Há muitos artigos sobre o tema. Aqui vai alguns. Leiam o resumo e vejam se é sobre o querem.


Uso de drogas psicotrópicas por estudantes:
prevalência e fatores sociais associados


Resumo
Objetivo
Determinar a prevalência do uso pesado de drogas por estudantes de primeiro e
segundo graus em uma amostra de escolas públicas e particulares, e identificar fatores
demográficos, psicológicos e socioculturais associados.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal com uma técnica de amostragem do tipo intencional
comparando-se escolas públicas de áreas periféricas e centrais e escolas particulares.
Foi utilizado um questionário anônimo de autopreenchimento. A amostra foi constituída
por 2.287 estudantes de primeiro e segundo graus da cidade de Campinas, SP, no ano
de 1998. Considerou-se uso pesado, o uso de drogas em 20 dias ou mais nos 30 dias
que antecederam a pesquisa. Para análise estatística, utilizou-se a análise de regressão
logística politômica – modelo logito, visando identificar fatores que influenciem este
modo de usar drogas.
Resultados
O uso pesado de drogas lícitas e ilícitas foi de: álcool (11,9%), tabaco (11,7%),
maconha (4,4%), solventes (1,8%), cocaína (1,4%), medicamentos (1,1%), ecstasy
(0,7%). O uso pesado foi maior entre os estudantes da escola pública central, do
período noturno, que trabalhavam, pertencentes aos níveis socioeconômicos A e B, e
cuja educação religiosa na infância foi pouco intensa.
Conclusões
Maior disponibilidade de dinheiro e padrões específicos de socialização foram
identificados como fatores associados ao uso pesado de drogas em estudantes.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n2/19789.pdf


Uso indevido de drogas entre médicos:
problema ainda negligenciado


RESUMO
OBJETIVO: Avaliar as impressões e as opiniões de médicos de áreas clínicas acerca do uso de drogas entre médicos e, mais especificamente, em ambiente cirúrgico. MÉTODOS: Foram sorteados 100 médicos não-residentes de áreas clínicas, selecionados ao acaso entre os profissionais com vínculo em um hospital público de São Paulo. Destes, 83 concluíram o estudo, respondendo perguntas sobre o uso de drogas entre médicos. RESULTADOS: Declararam conhecer algum colega com problemas relacionados ao uso de substâncias 67,5% dos médicos. Esse índice foi de 41,0% quando a pergunta era acerca de drogas disponíveis em ambiente cirúrgico, visto que 68,6% julgam ser fácil o desvio de psicotrópicos desse local. Além disso, 60,2% acreditam que os médicos são mais suscetíveis ao uso abusivo de psicotrópicos quando comparados à população geral. No entanto, 88,0% do total consideram difícil a procura por ajuda especializada. A porcentagem é de 56,6% dos que não conhecem serviço de atendimento direcionado exclusivamente para esses profissionais, algo que, na opinião de 83,1%, facilitaria a busca por tratamento. Dos participantes, 96,4% declararam não apresentar problemas relacionados ao uso de substâncias, ainda que 16,9% admita já ter feito uso de psicotrópicos sem prescrição. CONCLUSÃO: A freqüência de uso de psicotrópicos sem prescrição foi elevada. No entanto, parcela considerável não considera isso problema. A maioria dos profissionais não conhece serviços de atendimento específico para médicos.

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0047-20852008000400007&script=sci_arttext&tlng=pt


Uso de álcool e drogas por estudantes de medicina
da Unesp


Resumo

Introdução: O objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência do uso de drogas por estudantes da Faculdade
de Medicina de Botucatu - Unesp, comparada com outras oito escolas médicas paulistas (uso na vida, nos
últimos 12 meses e nos últimos 30 dias). A pesquisa foi realizada entre 1994 e 1995, com 5.227 estudantes do
1º ao 6º ano de graduação.
Material e método: Foi usado um questionário de auto-respostas, anônimo, incluindo o questionário da Organização
Mundial da Saúde para levantamento de uso de drogas e álcool. Setenta e um por cento (3.725) dos
alunos responderam ao mesmo, e destes, 421 eram de Botucatu.
Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significantes entre escolas e, nos 30 dias anteriores ao
preenchimento do questionário, a prevalência do uso de drogas para os estudantes de Botucatu foi a seguinte,
com a variação entre outras escolas mostrada entre parênteses: álcool 50% (42-50%); tabaco 7% (7-13%);
solventes 8% (7-12%); maconha 6% (6-16%); benzodiazepínicos (BZD) 3% (2-9%); cocaína 0,5% (0,2-4%);
anfetaminas 1 % (0-1%). Embora tenha se encontrado um uso crescente de todas as drogas do 1º ao 6º ano, e
em especial os BZD, os estudantes não aprovam este uso. A análise de regressão logística indicou que o uso de
álcool e drogas foi favorecido por: a) ser homem; b) perder aulas sem razão e referir ou ter muito tempo livre
nos finais de semana; e c) ter uma atitude favorável em relação ao uso de álcool e drogas. Diferentemente de
outras escolas, na Unesp não houve diferenças estatisticamente significantes de gênero em relação ao uso de
tranqüilizantes. No entanto, as mulheres iniciam uso mais precocemente e o fazem mais freqüentemente.
Também as mulheres já faziam uso de maconha antes de entrar para a faculdade (30% mulheres X 10% homens),
o contrário ocorrendo com solventes (50% homens X 2% mulheres), sendo essas diferenças estatisticamente
significantes.
Conclusões: Embora a pesquisa tenha focalizado o uso (não abuso ou dependência), os resultados sugerem a
necessidade de as universidades estabelecerem uma política clara de orientação sobre uso de drogas e álcool
para os estudantes, incluindo mudanças curriculares e programas de prevenção

Artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21n2/v21n2a05.pdf


Aspectos Culturais e Simbólicos do Uso dos Enteógenos
Trabalho encontrado em: http://siteantigo.neip.info/downloads/t_rafa_san2.pdf

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