quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Exclusão Social

Podemos considerar que Exclusão Social "enfatiza os meios pelos quais as pessoas são deixadas de fora das principais correntes políticas econômicas e sociais" (Parkinson, M. Combating social exclusion). Poderíamos também dizer que as exclusões, de forma geral, são características sociais ou políticas, ou até mesmo de caráter pessoal, que levam ao isolamento de determinado grupo ou pessoa, podendo ainda restringir oportunidades. A exclusão está intimamente relacionada ao preconceito. Considerando preconceito como "Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos" (dicionário Michaelis), então, em minha opinião, o preconceito pode levar à exclusão, mas nem toda exclusão é gerado pelo preconceito.
Nessa linha de raciocínio podemos ter diversas formas de exclusão. A exclusão de ordem econômica: Esta é facilmente entendida, basta percebermos o grande número de pobres presentes em nossa sociedade e como estes estão à margem de várias oportunidades. Sendo assim, este tipo de exclusão, além de gerar privação de bens materiais, também leva à diversas formas de exclusão. A exclusão etnico-religiosa seria aquela em que grupos são excluídos em função de sua etnia e/ou religião. Assim o grupo dominante pode excluir essas "minorias" de oportunidades ou serviços, podendo até mesmo gerar a formação de guetos onde se concentram esses excluídos. Os deficientes são outro grupo que luta por igualdade de oportunidades e por melhora da acessibilidade. Um melhor termo seria portadores de necessidades especiais. Ainda há muito preconceito por parte da sociedade, o que gera dificuldade para encontrar empregos ou ter uma vida social normal. Também nesse grupo estão os pacientes psiquiátricos, que ainda lutam pela melhor forma de tratamento, convivência com a sociedade e para não serem considerados incapazes. Pode-se considerar que a Reforma Psiquiátrica foi um grande avanço nesse sentido. Outro grupo que luta por direitos e oportunidades é o dos homossexuais, ou melhor, GLBT ( gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) ou LGBT. Estes lutam, entre outras coisas, contra a homofobia e a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo. Há também outros grupos que, de alguma forma, se sentem excluídos, como muitos negros ou indígenas. Seria interessante para abordagem em um seminário, a análise de políticas afirmativas como a de cotas.
Há algumas formas de exclusão que podem passar desapercebidas, mas em minha opinião elas existem. Por exemplo: será que uma pessoa considerada feia para os padrões da sociedade tem as mesmas oportunidades no mercado de trabalho do que uma considerada bonita? Dêem uma volta pelos shopings e olhem as(os) atendentes e depois me respondam. E quanto aos obesos? Será que estão satisfeito com suas oportunidades e com a logística das cidades? Eles têm dificuldades de encontrar roupas? Há assentos adequados em todos os lugares? A tudo isso cabe uma reflexão.
Também podemos encontrar os "excluídos da saúde". Esta exclusão está bem relacionada ao poder econômico. Por exemplo: uma pequena parte das pesquisas de novos medicamentos é direcionada a doenças "tropicais" que atingem milhões de pessoas nos países pobres (são as chamadas doenças negligenciadas; ver site dos medicos sem fronteiras e do DNDI). Há também portadores de diversas doenças que lutam por seus direitos, um exemplo é a AIDS.
Então, para análise da exclusão, deve-se considerar fatores sociais, culturais, políticos, etc. Para uma boa pesquisa deve-se considerar também as políticas públicas e ação de grupos contra a exclusão. Também existem outras formas de exclusão que mereçem uma pesquisa como a exclusão digital, exclusão tecnológica, exclusão da educação...

Marcelo Jacob

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